quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Batidores de uma Ética no Jornalismo


Entrevistada: Naiana Rodrigues

Visão de uma Ética no Jornalismo

A repórter do jornal Diário do Nordeste, diz o que acha da ética em sua área.
__________________________________________
Michel Barros

A jornalista Naiana Rodrigues, repórter atualmente do jornal Diário do Nordeste, concedeu uma entrevista sobre o assunto muito debatido hoje que é a questão da ética jornalística. Ela se formou em Janeiro de 2004, no curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Ceará – UFC com habilitação em Jornalismo. Fez seu primeiro estágio supervisionado no próprio jornal.
Trabalhou na produção da Tv Diário com o jornalismo, mas apesar de na faculdade ter aprendido sobre televisão, rádio, identificou-se mesmo com o jornal impresso, ela disse que: “no jornal impresso posso exercitar a minha criatividade, escrevendo mais argumentos nos textos, fazendo um aprofundamento maior do assunto, diferente do texto televisível e do radiofonico”.

Como base nos seus conhecimentos sobre a ética, fale dela no dentro do jornalismo?
Naiana Rodrigues:
Pois bem. Fala de ética é uma questão bem complicada, principalmente dentro do jornalismo que é algo utópico, sendo uma coisa que não se alcança e não pode ser atingido, mas, prefiro acreditar que existe uma ética jornalística e uma ética individual, de cada cidadão e dá sim para o profissional conciliar as duas éticas.
Durante todo dia em seu trabalho, não só nos veículos de comunicação impresso, nos deparando com pequenos dilemas éticos, não precisam ser grandes dilemas, nem uma questão que vá lhe prejuicar no seu emprego, quando falamos de ética muitas pessoas e estudantes da área pensam que só tem grandes coisas envolvendo a ética como o caso da manipulação do debate da Rede Globo em 1989, onde o Lula foi desmerecido em favor do Collor.
A ética está em todo os âmbitos da vida, na escola, no hospital, e também nas redações, por exemplo quando você recebe uma pauta sobre o cancêr e o seu direcionamento é mostrar o sofrimento dos doentes, mas que são pessoas batalhadoras, se você faz um abordagem maior ao sofrimento da pessoa que está fragilizada em vez da perserverança, pode passar pelo chefe de reportagem ou editor chefe, mas você estará expondo uma pessoa fragilizada, em busca de machete.
Porque como todos sabem o que vende no jornalismo e o espetáculo, matérias sensacionalistas que são inegavéis, eu como jornalista, onde entraria a minha ética pessoal e profissional, prefiro não conseguir uma machete ou até mesmo vender mais jornais, do que divulgar o sofrimento das pessoas, através de imagens fortes ou textos aldaciosos.

Com base no artigo 9º de Código de ética do jornalista diz que “deve-se respeitar à privacidade do cidadão”, acredita que há um cumprimento por parte dos jornalistas?
NR: Atualmente, a comunicação de massa está tão presente em nossas vidas, que as pessoas sentem prazer em se expor, quando um reportér vai fazer uma matéria na rua dificilmente alguém dar um não, principalmente se for da televisão.
Fica dificíl de trabalhar a questão da privacidade do público, quando os próprios querem se expor, ai cabe ao repórter saber até onde pode ir. Posso dizer que houve uma inversão das coisas, a mídia hoje decide quem deve aparecer.

Sobre a questão da privacidade dos acusados em entrevistas ou matérias em delegacia.
NR:
Ocorre diariamente vários deslizes éticos, porque não é considerado o que a Lesgilação Jornalística e a Constituição Federal garante a todos os cidadãos o direito da preservação da imagem. Os programas policiais se aproveitam do pouco conhecimento das pessoas em seus direitos, e usam do sensacionalismo para obter a audiência.
Podem me perguntar, Naiana se a gente não divulgar, não teremos matérias? Aí entraremos em outro dilema ético do efeito dominó, onde os delegados e policiais permitem a filmagem de acusados, tendo uma promissidade de várias instituição públicas e ninguém se preoculpa com isso.

O que acha do uso de aparelhos audio-visuais (gravadores, câmeras escondidas, etc) escondidos, para conseguir um furo de reportagem?
NR: Se a gente for seguir ao pé da letra o Código, não faremos certas coberturas e apurações da matéria, por está razão, alguns utilizam metódos ilegais para conseguir certas informações.
Quando a notícia é de interesse público não importa o metódo utilizado. A matéria encubrirá a técnica usada. O Código e as autoridades deixam passar despecebidas as técnicas. Ex: os dossiês nas fraldes do Governo.
O Repórter tem que pensar antes, quem vai se beneficiar. com a matéria, o grupo ou a si mesmo. Este dilema a filosofia já discutia “o mal menor pelo um bem maior”.

A caso da pauta ou a matéria ser barrada pelo o editor chefe?
NR:
Se for contra o interesse da empresa, não sairá nem da pauta, mas poderá ocorrer outros casos como: mal estruturação do texto, pouca informação, espaço ou a foto não rendeu são experiência que tenho aqui no Diário vivenciado.

Se o jornalista não busca e nem dá o “direito de resposta” como você analisa este problema ético?
NR:
Não vejo como problema ético, porque o princípio da ética é ouvir todos os lados envolvidos no fato. Se ele não buscar ouvir todos envolvidos o trabalho dele não estará completo, e se a instituição divulgar a notícia, pode ter certeza que não têm nenhuma credibilidade. Se buscar e não obter nenhuma resposta informará ao seu leitor que procurou um dos envolvidos no fato e não tever resposta.
Dou como exemplo a escola de Base em São paulo na decáda de 90, onde um reporter da rede Globo inresponsavelmente ouviu uma acusação e não buscou apurar do caso e acabou com a reputação dos donos da escola, dez anos depois a justiça prova que tudo não passava de um mal entendido, logo após nada poderá reconstruir a imagem que foi estragada.

Como o profissonal de comunicação poderá está a cumprir o Código Ética, sem e contra os interesse da empresa onde trabalhar?
NR:
É difícil cumprir todo código, é humanamente impossível por mais que você se policie, e eu digo isso porque me policio e por te dado aula de ética e por gostar do tema.
É mais fácil descumprir do que cumprí-lo, como você sabe a forma errada e mais rápido de execultar qualquer coisa. Mas se desejar ser respeitado pelo o público e outros profissionais e construir um imagem forte e de confiança deve seguir o Código principalmente por interesses pessoais.

A ética é algo que vem do berço?
NR:
Não. É algo que construído a partir dos teus princípios familiares, aí será a base para você construir a sua ética.

Com crescimento tecnológico, onde o público tem a informação em todo canto, o que o jornal impresso poderá está fazendo para se superar com notícia únicas?
NR:
Os furos de reportagem estão muitas vezes na nossa cara, mas não enxegamos. Poderiamos conseguir mais notícias com o jornalismo Investigativo, só que esse tipo de jornalismo custa caro e os jornais não querem ter grandes custos.

Nenhum comentário: