segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Monteiro Lobato e Resenha do Livro Emilia no país da gramática



Monteiro Lobato

O maior escritor infantil brasileiro de todos os tempos, José Bento Monteiro Lobato, nasceu em 18 de abril de 1882, em Taubaté (SP). Cresceu numa fazenda, se formou em direito sem nenhum entusiasmo, já que sempre quis ser pintor! Desenhava bem! Quando estudante participou do grupo "O Cenáculo" e entre risadas e leituras insaciáveis, escreveu crônica e artigos irreverentes.
Em 1907 foi para Areias como promotor público, casou com Maria Pureza com quem teve três filhos. Entediado com a vida numa cidade pequena, escreveu prefácios, fez traduções, mudou para a fazenda Buquira, tentou modernizar a lavoura arcaica, criou o polêmico "Jeca Tatu", fez uma imensa e acalentada pesquisa sobre o SACI publicada no Jornal O Estado de São Paulo.
Em 1918 lançou, com sucesso, seu primeiro livro de contos URUPÊS. Fundou a Editora Monteiro Lobato & Cia, melhorando a qualidade gráfica vigente, lançando autores inéditos e chegando à falência.
Em 1920 lançou A Menina do Nariz Arrebitado, com desenhos e capa de Voltolino, conseguindo sua adoção em escolas e uma edição recorde de 50.000 exemplares.
Fundou a Cia Editora Nacional no Rio de Janeiro. Convidado pra ser adido comercial em New York ficou lá por 4 anos (de 1927 a 1931) fascinado por Henry Ford, pela metalurgia e petróleo. Perdeu todo seu dinheiro no crash da bolsa.
Voltou para o Brasil, se jogou na Campanha do Petróleo, fazendo conferências, enviando cartas, conscientizando o país inteiro da importância do óleo. Percebeu, então, o quanto era conhecido e popular. Foi preso! Alternou entusiasmo e depressão com o Brasil.
Participou da Editora Brasiliense, morou em Buenos Aires, foi simpatizante comunista, escreveu para crianças ininterruptamente e com sucesso estrondoso, traduziu muito e teve suas obras traduzidas.
Morreu em 4 de julho de 1948 dum acidente vascular. Suas obras completas são constituídas por 17 volumes dirigidos às crianças e 17 para adultos englobando contos, ensaios, artigos e correspondência.
Voltando para o ano de 1934, Monteiro Lobato publicar o livro Emilia no país da gramática que é foi uma de expressar sua indignação com a metodologia escolar aplicada na época.
Fica claro no início da história com a revolta do Pedrinho em relação à gramática. Pois o método adotado pelos professores de antigamente em que o aluno era introduzido a decorar regras lingüísticas que muitas vezes se quer era utilizadas, tornando-os incapazes de domina-se a língua materna.
No livro, Lobato manda Emília e toda a turma do Sítio do Picapau Amarelo ao País da Gramática. Lá, a língua portuguesa é explicada com muita imaginação e criatividade.
Lobato dramatiza a gramática e literalmente humaniza seus termos. O verbo "ser", os ditongos e as figuras de retórica, por exemplo, viram gente e ganham endereço a cidade de Portugália, a mais próxima do sítio. O lugar lembra cidades emendadas, uma mais nova e outra mais velha. A separação entre as duas partes é marcada por um braço de mar.
Quindim apresenta para os meninos as cidades do País da Gramática: em Anglópolis moram mais de 500 palavras; em Galópolis vivem as palavras francesas; em Castelópolis, as espanholas e em Italópolis, as italianas. Para mastigar melhor os conceitos de sua época, Lobato terminou por reduzir o mundo das palavras ao da gramática.
Percebe-se que a gramática rege a língua, não necessariamente as palavras do idioma, pois elas têm dimensões semântica, sonora e lingüística que não se contemplariam de todo apenas com o estudo gramatical.
Na obra demonstra um confronto existentes entre a língua padrão e a não padrão, entre os gramáticos e lingüistas, usufruindo do discurso dos personagens.
O autor expressar com as conversas de Emilia e Quindim a luta contra o uso exagerado das normas figurativas e exteriorizam o caráter didático-pedagógico.
Não posso esquece do diálogo da Emilia com o verbo “Ser”, remete-nos a reflexão do despreparo dos profissionais da comunicação no desenvolvimento e checagem das informações, sendo uma crítica visível no texto de Monteiro.
A narrativa de Lobato proporcionou uma nova metodologia voltada para o ensino da língua portuguesa e literatura, assim empregando um novo modelo de aula, ousado e inovado.
O motivo de Monteiro da criação deste livro foi por vingança, por ter sido reprovado aos quatorze anos de idade em português. Significa que alem do olhar critico do autor, havia um pouco de trauma da infância.
Michel Barros - Estudante de Jornalismo sétimo semestre das Faculdades Cearenses -FaC.

Um comentário:

Anônimo disse...

gostei, muito bom.....